“Discernir o acompanhamento dos casais jovens | 28 de setembro de 2019 | Fátima . Edifício Paulo VI”
Premissas para o encontro
- A família é o lugar ideal para o diálogo e a permuta entre gerações. Os jovens têm uma sensibilidade nova e um espírito generoso, muitos lutam admiravelmente por um mundo mais justo e mais aberto; eles podem ajudar-nos a retomar alguns caminhos essenciais de conversão e de missão que a Igreja nos recomenda.
- Temos de reconhecer como um grande valor que se compreenda que o matrimónio é uma questão de amor: só se podem casar aqueles que se escolhem livremente e se amam (AL 217).
- Por outro lado, quero insistir que um desafio da pastoral familiar é ajudar a descobrir que o matrimónio não se pode entender como algo acabado. É preciso pôr de lado as ilusões e aceitá-lo como é: inacabado, chamado a crescer, em caminho. (AL 218)
- Talvez a maior missão dum homem e duma mulher no amor seja esta: a de se tornarem, um ao outro, mais homem e mais mulher. Fazer crescer é ajudar o outro a moldar-se na sua própria identidade. Por isso o amor é artesanal. (AL 221)
- A palavra chave é “acompanhar”. O Papa Francisco insiste na necessidade de praticar “a arte do acompanhamento” nos caminhos de aperfeiçoamento. Arte que implica discernimento, acolhimento, escuta, compaixão, cuidado, paciência, reciprocidade…
- Acompanhar especialmente os momentos de grande fragilidade: o caminho até ao compromisso firme e durável; os primeiros anos de vida em casal; as etapas de crise e de dificuldades; as situações complexas causadas por ruturas, abandonos e incompreensões.
O acompanhamento deve ser uma proposta para os recém-casados. Os primeiros anos de matrimónio são momentos de grande importância. É também uma das grandes preocupações de qualquer pastoral familiar. Pode-se constar que nos primeiros sete anos de matrimónio verificam-se 60% das separações. Se não se acompanha pastoralmente nestes momentos será sempre difícil evitar graves consequências: famílias separadas e feridas, porque muitas vezes não foram acompanhadas no momento certo. Isto evidencia uma quase total ausência de atenção da nossa pastoral às famílias nestes anos tão importantes.